‘A guerra é a continuação da política por outros meios’, como nos ensinou Carl von Clausewitz. Essa afirmação serviu também como um dos fundamentos do pensamento de Lenin, e, portanto, de todo pensamento marxista que dele derivou. Dentre os distintos pensadores militares do EUA, também vigora duas principais correntes derivadas dessa forma de ver a guerra: os Clausewitzianos e os neo-Clausewitzianos. Na pratica, a ideia que estudar a guerra é estudar a política é hoje hegemônica entre aqueles que se debruçam sobre o assunto.
O que pouco se dá atenção, no entanto, é que se a guerra é a continuação da política por outros meios, estudar a política sem estudar a guerra é prestar atenção apenas na metade da história. É impossível compreender a complexidade do problema da violência urbana (ou da violência política) sem entender os fundamentos do estudo militar e da história militar. Mesmo a economia moderna apenas pode ser compreendida se for dado a devida atenção aos aspectos militares da mesma. O papel da indústria bélica, por exemplo, no desenvolvimento dos EUA é notório.
Ainda, nas últimas duas décadas, vimos uma nova forma de conduzir a guerra se tornar hegemônica: o uso ostensivo da propaganda, de tecnologias informacionais, da espionagem e provocação, e da guerra econômica. Essa nova forma de conduzir a guerra, agora entendida como uma Guerra Totalizada é conhecida como Guerra de Quarta Geração.
Professor: Apoena Canuto Cosenza
Doutor em história econômica pela USP, suas pesquisas possuem enfoque nas estruturas de dominação do imperialismo e nos movimentos anti-imperialistas. Atuou em distintas organizações, incluindo PCB e Arma da Crítica, e atualmente atua como simpatizante das organizações que se alinham ao anti-fascismo.
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