A sombria viagem do homem forte de Biden pela América do Sul

Secretário de Estado americano chega à Pátria Grande para tramar uma ofensiva

Por Hugo Albuquerque* postado em seu Facebook em 19 de outubro de 2021

Ivan Duque, presidente de ultradireita da Colômbia está no Brasil conspirando com Bolsonaro. Logo, ele retorna ao seu país para se encontrar com o secretário de Estado americano Tony Blinken – que antes passará pelo Equador, que está em estado de sítio.

Enquanto isso, tropas americanas se preparam para iniciar treinamentos no Brasil. O que sugere que os tambores da guerra começam a rugir contra a Venezuela e, também, uma interferência soft no Chile e outra hard no Peru.

Bolsonaro já tentou provocar uma guerra contra a Venezuela, mas foi dissuadido. Agora, ela articula em alto nível para conseguir criar o fato que pode mudar as duas eleições chave do ano que vem: Colômbia e Brasil.

O Capitão não tem apoio nas Forças Armadas para jogar muitas tropas nossas na Venezuela. Mas pode usar o Brasil como base de ataque e apoio, cedendo território e bases nossas.

Com isso, Bolsonaro vende uma possível vitória para Blinken no plano internacional, enquanto ludibria os democratas para planejar a volta dos republicanos em 2024. Bolsonaro é um grande sobrevivente.

No voto, o Uribismo está destruído. No voto, Bolsonaro deve perder a próxima eleição. Mas a soberania popular pode ser facilmente contornada pelo poder do dinheiro, das armas e interesses estratégicos.

Enquanto isso está sendo escrito, o Equador está sob estado de exceção literal, a Colômbia está matando ativistas e reprimindo as ruas como sempre e, ainda, um candidato filo-nazista (e, no caso, não é um exagero) está sendo alavancado no Chile.

*Hugo Albuquerque é publisher da Jacobin Brasil, editor da Autonomia Literária, advogado e direitor do Instituto Humanidade, Direitos e Democracia — IHUDD.

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